Titã: lua de Saturno tem mistério difícil de compreender

julho 16, 2024
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Titã: lua de Saturno tem mistério difícil de compreender


Titã, uma das luas de Saturno, continua sendo um grande mistério para os cientistas, mesmo tendo semelhanças com a Terra. A questão agora tem a ver com os lagos dos corpos celestes e suas ondas.

Isso porque, apenas um mês depois de pesquisadores obterem evidências de que as ondas de Titã vêm erodindo os principais lagos da Lua, um segundo estudo indica que, mesmo nos mares, essas ondas seriam praticamente invisíveis. E então surge a pergunta: ou um dos estudos está errado, ou as ondulações são mais poderosas do que se imagina.

Não é possível surfar em Titã?

  • Como você se lembra IFL CiênciaTitã é muito frio para ter água líquida, pelo menos na superfície;
  • Porém, possui lagos de hidrocarbonetos líquidos, três dos quais são grandes o suficiente para serem considerados mares;
  • A semelhança com a nossa Terra é pequena, mas auxilia os pesquisadores em suas investigações sobre os primórdios do nosso planeta;
  • Os hidrocarbonetos de etano e metano são intrigantes o suficiente para serem investigados pela próxima missão Dragonfly da NASA;
  • Um dos pontos mais importantes que os cientistas querem entender é o tamanho das ondas em suas superfícies;
  • Estes “lagos” assemelham-se, em tamanho, aos Grandes Lagos da América do Norte e de África, onde as tempestades podem afundar grandes navios;
  • Um estudo recente aponta que isto também pode ser verdade em Titã, com base na erosão em torno das bordas dos corpos maiores, mas isto pode ser questionado.
Titã tem mares e mais mares, mas não se sabe muito sobre suas ondas (Imagem: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute)

E, de fato, é: estudo da equipe liderada pelo Dr. Valerio Poggiali, da Cornell University (EUA), publicado em Comunicações da Naturezadescobriu, a partir de observações de radar realizadas pela missão Cassini, que a rugosidade em Kraken, Ligeia e Punga Mare (lagos de Titã) era medida em milímetros.

Segundo os pesquisadores, embora essas ondulações sejam suficientes para fazer mal a qualquer pessoa com estômago fraco, em certas áreas costeiras elas chegam a 0,5 cm.

Esta quantidade ainda é pequena, mas pode indicar a presença de fortes correntes locais. Portanto, se uma pessoa nadasse lá, poderia ser arrastada por uma corrente (mas é difícil nadar em Titã; seus lagos estão em torno de -180 °C).

Além disso, os investigadores encontraram sinais de que os estuários, áreas onde os rios deságuam em lagos e mares, têm mais metano e menos etano do que o esperado, com enseadas e mares salgados.

Esse fato tem fundamento, pois a chuva em Titã é formada principalmente por metano e nitrogênio, o que transforma os rios em uma combinação de metano e nitrogênio gasoso dissolvido.

Ou seja, da mesma forma que, na Terra, a água doce que entra em corpos de composição salgada não se mistura imediatamente, o mesmo talvez se possa dizer dos hidrocarbonetos em Titã.

As observações da Cassini usadas na nova análise foram feitas há oito a 18 anos, mas usaram as 13 observações de radar biestático que a sonda realizou com o seu Subsistema de Ciência de Rádio.

Imagem de radar em preto e branco dos mares Kraken e Ligeia de Titã
Imagens da sonda Cassini dos mares Kraken e Ligeia não mostram muita coisa, porém, radar mostra que eles possuem ondas pequenas (Imagem: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute)

Anteriormente, os pesquisadores confiavam em observações monostáticas, que os autores da pesquisa atual indicam que misturam os efeitos da rugosidade da superfície e da composição química, de modo que os dois não podem ser distinguidos. Por sua vez, as medições biestáticas observam apenas a superfície dos líquidos.





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