O que ondas de calor têm a ver com mudanças climáticas? Tudo!

julho 11, 2024
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O que ondas de calor têm a ver com mudanças climáticas? Tudo!


A Terra está esquentando. Cada um dos últimos 13 meses, por exemplo, foi o mais quente já registrado. Nos últimos 12 meses, a temperatura média do planeta aumentou pelo menos 1,5ºC, em comparação com os tempos pré-industriais. Resultado: ondas de calor literalmente mortais. E as alterações climáticas têm tudo a ver com isso.

É o que apontam os professores Mathew Barlow e Jeffrey Basara, que ensinam ciências climáticas e meteorologia, respectivamente, na Universidade de Massachusetts Lowell. Seus argumentos estão contidos em um artigo publicado em A conversa essa semana.

Os principais pontos do texto são:

  • Impacto das ondas de calor: Ondas de calor extremo causaram tragédias e outros acontecimentos graves nas Américas, na Europa e na Ásia. Estas ondas de calor não são consideradas normais, mas intensificadas pelas alterações climáticas, destacam os professores;
  • Causas científicas: As alterações climáticas aumentaram a frequência e a intensidade das ondas de calor. Estudos mostram que o recente calor extremo no leste dos EUA, por exemplo, tinha duas a quatro vezes mais probabilidade de ocorrer devido ao aquecimento global provocado pelo homem;
  • Perspectivas e esperança: Embora se preveja que o futuro imediato tenha verões ainda mais quentes, há esforços globais para cumprir o Acordo de Paris e reduzir as emissões de gases poluentes. Para os professores, ações urgentes e coordenadas podem mitigar os efeitos adversos do aquecimento global.
O mundo parece caminhar para ultrapassar o limite estabelecido para 30 anos em dez anos, dizem professores (Imagem: Governo dos EUA)

No acordo climático de Paris (conhecido como Acordo de Paris), países de todo o mundo concordaram em trabalhar para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C. No entanto, isso se refere à mudança média de temperatura ao longo de 30 anos.

Até agora, a Terra só excedeu esse limite por um único ano. Mas isso é preocupante. “E o mundo parece estar no caminho certo para ultrapassar o limite médio de 1,5°C em 30 anos dentro de 10 anos.”

Os professores dizem que as recentes ondas de calor – por exemplo, aquela matou mais de mil pessoas em peregrinação na Arábia Saudita – fazem parte da tendência de aquecimento provocada pelo homem.

Ondas de calor colocam a vida das pessoas em risco

Três pessoas caminhando em um dia ensolarado
Ondas de calor podem ceifar vidas, dependendo do nível atingido pelas temperaturas (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O trágico episódio registado na Arábia Saudita não é um caso isolado. Vários países das Américas, África, Europa e Ásia registaram recordes de calor em 2024.

No México e na América Central, por exemplo, semanas de calor, combinadas com secas prolongadas, causaram escassez de água e dezenas de mortes. Nos Estados Unidos, o primeiro mês do verão assistiu a uma onda de calor extrema que afetou a maioria da população.

Embora as ondas de calor sejam uma parte natural do clima, a gravidade e a extensão das ondas de calor até agora em 2024 não são “apenas verão”.

Mathew Barlow e Jeffrey Basara, professores de ciências climáticas e meteorologia, respectivamente, na Universidade de Massachusetts Lowell, em artigo publicado no The Conversation

Consulte Mais informação:

As alterações climáticas aumentam a possibilidade de ondas de calor

Termômetro na rua marcando 39 graus Celsius em um dia quente em uma cidade
Episódios de calor intenso e duradouro tornaram-se mais prováveis ​​devido às mudanças climáticas (Imagem: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Um avaliação científica da intensa onda de calor no leste dos EUA em junho de 2024 estima que esse calor intenso e duradouro tinha duas a quatro vezes mais probabilidade de ocorrer hoje devido às mudanças climáticas causadas pelo homem.

Estas ondas de calor recorde ocorrem num clima 1,2ºC mais quente à escala global, se considerarmos a média de 30 anos. Pode parecer pouco, mas faz muita diferença quando se considera toda a Terra.

Para se ter uma ideia, no auge da última era glacial, há cerca de 20 mil anos, a temperatura média global era “apenas” aproximadamente 6°C mais fria do que é agora. Portanto, estes aumentos de pouco mais de 1ºC suscitam preocupações.

O futuro da Terra parece quente… mas há esperança

Parte traseira de uma turbina de energia eólica
A queda no custo da energia renovável aumenta a esperança de um futuro menos quente na Terra (Imagem: Stockr/Shutterstock)

Por um lado, um prognóstico sombrio: o verão de 2024 deverá ser um dos mais quentes registados até agora e um dos mais frescos em comparação com o próximo. Por outro lado, há uma luz no fim do túnel: os países caminham para alcançar o Acordo de Paris.

Embora o custo das energias renováveis ​​continue a diminuir, muitos países aumentaram o apoio político e os incentivos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Nos EUA, por exemplo, a Lei de Redução da Inflação de 2022 poderia reduzir as emissões em quase metade até 2035.

“Há muito que a humanidade pode fazer para limitar o aquecimento futuro se os países, as empresas e as pessoas em todo o mundo agirem com urgência”, escrevem os professores. Os alarmes já soaram.





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