O título e a imagem acima causam mais dúvidas e surpresas do que qualquer outra coisa. Mas o conceito é justamente este: pesquisadores da Universidade de Tianjin, na China, criaram um robô controlado por células cerebrais humanas. Mas estas células foram cultivadas em laboratório, in vitro, e colocadas numa estrutura que parece um cérebro de brinquedo.
Olhando a foto, me lembrei de alguns vilões da cultura pop. Tem o MODOK, da Marvel. Ou mesmo Krang, de Tartarugas ninjas. Na verdade, ele me lembra muito o Krang, exceto pelo fato de ele sentar na barriga do robô e não na cabeça dele.
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Essa tecnologia é chamada de biocomputação e, apesar de não ser muito conhecida, é estudada há muito tempo.
De acordo com cientistas chineses, o sistema “cérebro num chip” utiliza cultura de células estaminais para criar “tecido semelhante ao cérebro” fora do corpo humano.
Essas células são cultivadas em chips e recebem sinais elétricos de um computador. Então eles tentam compreender esses sinais e responder a eles. Cientistas chineses fizeram isso. Mais do que isso: conseguiram movimentar um robô.
Uso médico e um pouco de história
- Além de “dirigir” o robô, o implante cerebral ajudou a máquina a evitar obstáculos, rastrear alvos e gerenciar o uso do braço para agarrar coisas.
- Como não possui olhos nem câmeras, todas as respostas ocorreram por meio de sinais elétricos e sensoriais.
- Muitas pessoas podem se perguntar: mas por que fazer esse cérebro? Uma solução de Inteligência Artificial não seria suficiente?
- Os cientistas respondem que tentam reproduzir uma inteligência híbrida de humano e robô.
- Além disso, a pesquisa também tem uma importante função médica.
- A invenção tem potencial para reparar danos ao córtex cerebral humano, entre outras técnicas de cura neurológica.
- Esta ideia nasceu há alguns anos, embora a primeira experiência com este tipo de tecnologia envolvesse um videojogo.
- No chamado projeto DishBrain, da Universidade Monash, na Austrália, os pesquisadores cultivaram cerca de 800 mil células cerebrais em um chip e o sistema aprendeu a jogar o clássico Pong em apenas 5 minutos!
- Dado o seu sucesso, o projeto foi rapidamente financiado pelo exército australiano e transformado numa empresa chamada Cortical Labs.
Problemas éticos
Este debate ainda não foi tornado público devido ao facto desta tecnologia não ter sido amplamente divulgada até agora. Mas a discussão virá inevitavelmente.
Como estamos falando de células humanas, será que esses cérebros de laboratório terão algum tipo de consciência? Os cientistas podem ter carta branca para lidar com esse tipo de material em pesquisas? Como essa tecnologia difere da Inteligência Artificial e do cérebro humano real?
Estas e outras questões virão à tona. Uma coisa que pode amenizar o debate é que o cérebro desenvolvido pelos chineses não é aquele objeto rosa que vimos no início do texto.
Esta é apenas uma representação cosmética e não o tecido real em uso. A experiência é bem diferente, na verdade. É mais como uma placa coberta, como mostra esta imagem fornecida pela Cortical Labs.
Não que isso faça muita diferença no debate ético. Ficamos de olho nisso.
As informações são de Novo Atlas.
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