Deixar a carne de lado e adotar uma dieta vegetariana pode trazer diversos benefícios à saúde. Mas isso funciona para todos? Uma nova pesquisa da Universidade da Geórgia não conclui. Isso ocorre porque os resultados de uma dieta baseada em vegetais podem ser influenciados pela genética.
O estudo procurou compreender como diferentes genes podem alterar a resposta de um indivíduo ao vegetarianismo. Foram analisados dados de 150 mil pessoas, das quais 2.300 seguiam rigorosamente esse padrão alimentar. Detalhes dos resultados foram publicados na revista Genética PLOS.
A forma como uma dieta vegetariana atua no corpo varia de acordo com os genes
Ao analisar como uma dieta vegetariana afetou o corpo de diferentes pessoas, os cientistas identificaram o seguinte:
- Aqueles que seguiram a dieta apresentaram níveis gerais de colesterol mais baixos, o que é benéfico para o coração.
- No entanto, também apresentavam níveis mais baixos de vitamina D – importante para os ossos e para o sistema imunitário – e níveis mais elevados de triglicéridos, um tipo de gordura no sangue que pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
- Quando consideraram as variantes genéticas, os cientistas notaram que alguns resultados mudaram.
- Por exemplo, um alelo específico chamado MMAA fez com que alguns vegetarianos tivessem níveis incomuns de cálcio.
- A maioria deles apresentava baixa quantidade do mineral, enquanto aqueles que carregavam esse alelo apresentavam níveis mais elevados, o que pode causar cálculos renais ou problemas cardiovasculares.
- Outros genes também influenciaram os níveis hormonais. A maioria dos vegetarianos tem baixos níveis de testosterona, mas um grupo com uma variante genética teve o oposto.
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Uma descoberta que aprimora a personalização da dieta
As evidências encontradas no estudo ajudam a personalizar a forma como cada pessoa se alimenta. Todo mundo tem diferenças genéticas, que podem mudar a forma como uma dieta afeta seu corpo. Por outras palavras, uma dieta vegetariana pode não ser adequada para todos ou pode necessitar de ser adaptada para satisfazer necessidades específicas.
Michael Francis, autor principal da pesquisa, recomenda que pessoas com determinadas características genéticas destacadas na pesquisa busquem suporte nutricional para fazer mudanças na alimentação.
Pessoas com necessidades nutricionais específicas e imediatas relacionadas a essas três características devem considerar testar as variantes que descrevemos neste manuscrito e fazer as alterações necessárias.
Miguel Francisco em Xpress Médico
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