No deserto de Negev, localizado no sul de Israel, é possível encontrar uma série de artes rupestres que existem há cerca de 5 mil anos. Porém, esses registros começaram a “desaparecer” misteriosamente, podendo acabar perdidos para sempre. Curiosamente, a culpa não pertence aos vândalos ou aos ladrões de arte – na verdade, é uma obra da natureza.
Entender:
- Artes rupestres de 5 mil anos estão desaparecendo no deserto de Negev, em Israel;
- Pesquisadores apontam fungos e líquenes destrutivos como os culpados pelo desaparecimento das gravuras;
- Os mesmos fungos também foram identificados como possíveis causas da deterioração do património cultural da pedra no Mediterrâneo;
- O processo, infelizmente, não pode ser interrompido e a equipa destaca a importância de “monitorizar as comunidades microbianas ao longo do tempo” e documentar detalhadamente os trabalhos;
- A pesquisa foi publicada em Fronteiras na biologia fúngica.
Os petróglifos – gravuras rupestres pré-históricas – datam de pelo menos 3.000 a.C. e foram criados por comerciantes, caçadores e outros grupos que viajavam pelo deserto. Mas apesar de resistirem ao teste do tempo, as pinturas enfrentam outra ameaça: uma série de fungos e líquenes destrutivos.
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O desaparecimento da arte rupestre em Israel foi revelado, mas não pode ser evitado
Em análises publicadas em Fronteiras na biologia fúngicapesquisadores revelaram que a superfície das rochas que abrigam os petróglifos contém uma variedade de fungos dos gêneros Alternar, Cladosporium, Coniosporium, Vermiconídios, Knúfia, Feoteca Isso é Devriesia – quase todos fungos microcoloniais, capazes de se espalhar por ambientes hostis, como desertos.
“Os fungos microcoloniais são considerados altamente perigosos para artefatos de pedra. Eles foram apontados como uma causa provável da deterioração do património cultural da pedra no Mediterrâneo. Os líquenes também são conhecidos por causarem deterioração das rochas e são, portanto, uma ameaça potencial ao património cultural da pedra”, explica Laura Rabbachin, primeira autora do estudo, em comunicado.
Identificar os organismos, porém, não significa o fim do desaparecimento das artes. “Estes processos naturais de intemperismo não podem ser interrompidos, mas a velocidade do processo depende em grande parte de se e como o clima mudará no futuro. O que podemos fazer é monitorizar as comunidades microbianas ao longo do tempo e, o mais importante, documentar detalhadamente estas valiosas obras de arte”, acrescenta Katja Sterflinger, autora sénior.
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