Cientistas japoneses criam útero artificial para bebês tubarões

junho 29, 2024
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Cientistas japoneses criam útero artificial para bebês tubarões


Pesquisadores do Aquário Okinawa Churaumi, no Japão, desenvolveram um útero artificial capaz de incubar tubarões prematuros até que estejam prontos para nascer. O novo sistema conseguiu incubar embriões por até 355 dias, superando o recorde anterior de 160 dias.

O processo inovador permitiu que alguns embriões da espécie tubarão-lanterna (Etmopterus molleri) crescessem de 3 a 15 centímetros. Assim, eles atingiram o tamanho natural de nascimento.

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Um útero feito sob medida para cuidar de embriões

Os tubarões prematuros são vulneráveis ​​desde o nascimento porque a água do mar é demasiado salgada para os seus corpos frágeis. Para resolver esta questão, os cientistas criaram um fluido uterino artificial com salinidade e pressão osmótica semelhantes às do plasma sanguíneo de tubarão, ajustando gradualmente a sua composição para incluir mais água do mar.

Imagem: Painel superior: alterações temporais na morfologia externa do embrião durante a incubação, mostrando retração dos filamentos branquiais externos (por exemplo), redução do saco vitelino externo (ys) e alteração na coloração do corpo (A, estágio 31; B –D, estágio 32: E, F, estágio 33). Barras de escala = 1 cm. Painel inferior: mudança temporal na composição química (sódio e uréia) do fluido de incubação antes do “nascimento” artificial | Tomita et al., Frontiers in Fish Science 2024 (CC BY 4.0)

Durante o período de incubação estável, os embriões foram mantidos em fluido uterino artificial, cuja salinidade e pressão osmótica eram equivalentes ao plasma sanguíneo de tubarão. Durante o processo de pré-adaptação, os embriões foram mantidos em fluido no qual as concentrações de sódio e uréia foram deslocadas para a água do mar.

Embora apenas três dos 33 embriões tenham sobrevivido, estes bebés tubarões são saudáveis ​​e já se comportam como tubarões normais. Eles agora vivem no Aquário Okinawa Churaumi e não apresentam diferenças em relação aos seus pares naturais.

Tecnologia promissora (mesmo para humanos)

Taketeru Tomita, principal autor do estudo, explicou que o sistema pode ser aplicado a cerca de metade das espécies de tubarões vivíparos e destacou o desejo de desenvolver sistemas mais universais. A pesquisa, publicada na revista Fronteiras na ciência dos peixesrepresenta um avanço significativo na conservação dos tubarões e poderá, no futuro, ajudar a salvar outras espécies, incluindo mamíferos.

Em 2017, outros cientistas já haviam desenvolvido úteros artificiais para cordeiros prematuros. Eles salientaram que esta tecnologia inovadora poderá um dia salvar bebés humanos nascidos prematuramente.

Através da IFL Ciência





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