Mata Atlântica tem novos riscos

junho 25, 2024
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Mata Atlântica tem novos riscos


Um estudo, com a participação de pesquisadores brasileiros, alertou para os novos desafios enfrentados pela Mata Atlântica. Se antes a extração de árvores, a mineração e as pastagens eram as principais ameaças à vegetação, agora os condomínios, as estradas e o aumento da caça colocam o bioma em risco.

A pesquisa também destaca os benefícios da legislação a favor da vegetação e da regeneração de parte dela, mas isso não é tão positivo quanto parece.

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Estudo sobre a Mata Atlântica contou com a participação de brasileiros

O estudo foi publicado em Conservação Biológica e envolveu colaboradores do Brasil, Argentina, Inglaterra, Noruega e Nova Zelândia.

Eles destacaram como mais de 70% da população brasileira vive nos limites do domínio da Mata Atlântica, bioma que se estende do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul.

Por meio de um panorama das perspectivas da vegetação ao longo do tempo (de 1986 a 2020), a pesquisa destaca como os principais desafios dos séculos passados ​​foram a extração do pau-brasil, a mineração de ouro e o desmatamento para monoculturas e pastagens.

Com base nisso, a Lei da Mata Atlântica, promulgada em 2006, impede o desmatamento da vegetação primária. Porém, embora a legislação tenha trazido benefícios, o bioma enfrenta atualmente outros problemas.

A Mata Atlântica teve aumento no número de hectares, mas de forma fragmentada (Imagem: Pedro Carrilho/Shutterstock)

Lei da Mata Atlântica teve impacto positivo

O estudo aponta que, a partir de 2005 (um ano antes da sanção da lei), houve uma mudança positiva na conservação e regeneração da vegetação nativa.

Segundo o ecologista Maurício Vancine, um dos autores do estudo, a Mata Atlântica ganhou cerca de um milhão de hectares de vegetação (parte de fragmentos florestais novos e outra parte de fragmentos existentes).

Embora positivo, o ganho tem um desafio: a fragmentação. Pesquisas mostram que 97% dos fragmentos florestais têm área inferior a 50 hectares (para se ter uma ideia, um hectare corresponde aproximadamente ao tamanho de um campo de futebol). Ou seja, embora o número total tenha aumentado, está espalhado pelo território em pequenos pedaços.

Pesquisa mostra que 97% dos fragmentos florestais têm área inferior a 50 hectares (Imagem: Wikimedia Commons)

Isto tem uma desvantagem principal: as relações ecológicas nestes fragmentos podem não ser duradouras, tendo os animais dificuldade em viver ali.

Mas uma vantagem foi observada: os trechos funcionam como “trampolins”, nos quais as espécies nativas se deslocam de áreas menores para áreas maiores, onde podem viver e se reproduzir, o que aumenta a sobrevivência dos animais.

Outra observação do estudo é que, apesar do aumento da vegetação, nos 34 anos de análise da Mata Atlântica (entre 1986 e 2020) a mata e área nativa (ocupada por mata, mangue, restinga, cerrado, campos e gramíneas) diminuiu mais de 5%.

Vista da Mata Atlântica no Parque Turístico Estadual do Alto Ribeira (Imagem: Mathias Mistretta Pires/Jornal da UNESP)

O desmatamento continua sendo um problema… mas há novos desafios

Marcos Rosa, coautor do estudo, em entrevista ao Jornal UNESPrelataram que, apesar da regeneração da cobertura florestal, o desmatamento continuou.

Ainda assim, outros impactos negativos atuais colocam a Mata Atlântica em risco: os efeitos das rodovias e ferrovias (que fragmentam os trechos florestais), o aumento do número de atropelamentos, o crescimento da caça, do ruído e da poluição, o desmatamento associado à infraestrutura e ao loteamento de terreno para condomínio.

Terras Indígenas desempenham papel importante na preservação da Mata Atlântica

  • Entre os impactos analisados ​​pelo estudo, um ponto positivo foi o papel das terras indígenas na proteção florestal;
  • Cerca de 10% da vegetação está abrigada em terras indígenas e áreas de conservação (ainda menos que os 30% previstos como meta global);
  • Em seus trabalhos, os pesquisadores também citam soluções que podem ajudar na conservação do bioma: restauração florestal, implantação de sistemas agroflorestais mais sustentáveis, mudanças nos métodos de manejo de pastagens, abandono do uso de agrotóxicos em alguns casos, enriquecimento das florestas com espécies e conexões entre os fragmentos.





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