Na última sexta-feira (21), o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, divulgou um Nota técnica (NT) contendo “orientação estratégica temporária” de imunização contra dengue para estados e municípios, referente a doses da vacina atenuada* próximas do vencimento (junho e julho de 2024).
*De acordo com a Pfizer, a vacina atenuada é aquela que contém agentes infecciosos vivos, mas extremamente enfraquecidos. Sua inserção no organismo aciona o sistema imunológico, que combate essa pequena infecção induzida e cria a chamada memória imunológica, protegendo o indivíduo contra essa doença no caso de infecção com carga viral ou bacteriana completa.
Segundo o documento, as doses que expiram entre junho e julho deverão ser remanejadas para cidades que não foram contempladas pela vacina ou utilizadas para ampliar a faixa etária atendida.
Diretrizes do Ministério da Saúde para vacinação contra dengue
Segundo o NT, está mantida a recomendação de vacinação contra dengue na faixa etária de 10 a 14 anos. Porém, caso o município possua doses da vacina contra dengue (atenuada) com vencimento em 30 de junho e 31 de julho de 2024, orienta-se:
- Os estados que possuem municípios que ainda não foram cobertos pela vacina (atenuada) contra dengue deverão preferencialmente realocar essas doses previstas em breve (junho e julho de 2024) para esses territórios.
- Em relação aos estados com todos os municípios abrangidos, essas doses poderão ser aplicadas em pessoas de 6 a 16 anos, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS)
- Se necessário, caso se comprove que os dois procedimentos anteriores não são suficientes, essa estratégia poderá ser estendida até o limite de idade especificado na bula da vacina contra dengue (atenuada), que vai de 4 a 59 anos, 11 meses e 29 dias de idade, conforme disponibilidade de doses no município com vencimento em junho e julho de 2024.
Consulte Mais informação:
Saúde diz que comprou todas as doses da vacina contra dengue oferecidas por farmacêutica
O Ministério solicita que seja informada a estratégia definida pelos entes federais, para garantir a segunda dose dos vacinados. O ministério afirma que adquiriu todas as doses oferecidas pela farmacêutica japonesa Takeda (desenvolvedora da vacina Qdenga), mas como há limitações, ficou estabelecido que, este ano, serão vacinadas apenas crianças de 10 a 14 anos de 521 municípios . Dentro da faixa orientada pela OMS, esse grupo concentra o maior número de internações.
Esta não é a primeira vez que o governo faz esse tipo de recomendação – as doses previstas para abril também sofreram remanejamento. Um dos motivos pelos quais isso pode estar acontecendo é reflexo do negacionismo gerado durante a pandemia da Covid-19, que alimentou um movimento antivacina no país.
A epidemia de dengue que o Brasil vive não tem precedentes na história. Já são mais de seis milhões de casos prováveis registrados e mais de quatro mil mortes, segundo o painel de dados do Ministério da Saúde.
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