As expectativas são grandes para o início dos Jogos Olímpicos de Paris, no dia 26 de julho deste ano. Contudo, a proximidade do maior evento desportivo do mundo também suscita preocupações. Isto deve-se à onda de calor que afecta a Europa (e o hemisfério norte em geral).
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Paris deverá enfrentar calor superior a 40ºC
Um relatório divulgado esta semana por pesquisadores britânicos, com a colaboração de atletas e ex-atletas olímpicos de 11 países, alerta sobre os riscos de competir em condições climáticas extremas.
Chamado de “Anéis de Fogo”, o documento destaca que os competidores podem ficar expostos à desidratação, exaustão, insolação e até morte. O trabalho observa ainda que há riscos à saúde dos torcedores.
Os Jogos de Tóquio foram os mais quentes da história até agora, com temperaturas superiores a 34ºC. Mas a previsão para Paris, sede do evento deste ano, é de mais de 40ºC.
Os pesquisadores estudaram a variação climática na capital francesa desde os últimos Jogos Olímpicos realizados na cidade, há 100 anos, e constataram que a temperatura média entre 26 de julho e 11 de agosto deveria ser 3,1ºC maior do que nesse período.
O estudo também lembrou a onda de calor de 2003, que deixou mais de 14 mil mortos na França. Na época, a temperatura máxima registrada em Paris foi de 39,5º C. Em 2019, ano mais quente já registrado no país, os termômetros chegaram a 45,9ºC. No ano passado, foram confirmadas 5.000 mortes relacionadas com o calor em território francês.
Recomendações propostas pelo relatório
- Os pesquisadores também divulgaram algumas recomendações a serem adotadas para reduzir os riscos relacionados ao calor extremo durante os Jogos de Paris.
- A primeira é adaptar os horários, evitando a prática de esportes ao ar livre nos horários mais quentes do dia.
- Eventos como maratona e triatlo estão programados para começar às 8h.
- Outra sugestão é limitar o tempo de exposição ao calor, incluir intervalos de reidratação e planejar climatização nas arenas.
- A Vila Olímpica de Paris, por exemplo, estará ligada à rede de refrigeração urbana, mas não terá ar condicionado.
- O relatório também defende o incentivo aos atletas para falarem publicamente sobre as alterações climáticas.
- Além disso, recomenda aumentar a colaboração entre entidades desportivas e atletas em campanhas de sensibilização climática.
- Por fim, sugere reavaliar o patrocínio de empresas ligadas aos combustíveis fósseis, responsáveis por quase 80% das emissões de gases de efeito estufa no planeta.
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